terça-feira, 5 de abril de 2022

Uma história em família

 O Duarte e a mãe gostam de trabalhar juntos e, mais uma vez, para a Semana da Leitura, prepararam esta história original muito bonita que nos falava dos heróis sem capa que existem na nossa vida, usando os mesmos personagens da história do ano passado, o João e o avô.

No fim da apresentação a mãe do Duarte propôs-nos um jogo: tirávamos um papelinho de uma caixa e apresentávamos com gestos a profissão que lá vinha escrita.


Heróis sem capa 

Era mais um lindo dia na Aldeia das Flores. 

Nesse dia, antes do som da campainha, da escola EB das Flores, avisar o final do dia de aulas, a professora do João, disse aos alunos que teriam que fazer um trabalho, até ao final da semana, sobre o que queriam ser quando fossem adultos. 

No caminho de regresso a casa, o João, uma criança que sempre ajudou os outros sem nunca recusar, pensava para consigo, que quando fosse adulto queria ser um Super-herói; imaginando-se com uma capa, armadura e superpoderes para ajudar as pessoas, como os heróis dos livros de histórias que ele tanto lia. 

Como tinha até sexta-feira para fazer o trabalho e estava um dia lindo e quentinho decidiu ir caminhar até à natureza, com o seu livro de histórias, pois era onde ele sentia feliz e relaxado. Era um sítio calmo e tranquilo, onde ele gostava de estar, porque era rodeado de tipo de biodiversidade. 

Após uma longa caminhada pela natureza, sentou-se à sombra, junto a uma grande árvore para poder ler um pouco. Mas o trabalho que a professora pediu para fazer, não lhe saía da ideia. A verdade é que ele estava um pouco confuso sobre a profissão que gostaria de ter em adulto, pois o que ele desejava mesmo ser não podia, já lhe tinham dito que não havia Super-heróis na vida real. 

Enquanto ele pensava apareceu o seu avô. Um velhinho de cabelos grisalhos e rugas marcadas, que mostrava a sua experiência e sabedoria de vida. O avô, ao ver o seu neto, sentado junto à árvore, tão pensativo sentou-se ao seu lado e perguntou: 

- Que se passa meu querido neto, para que estejas com esse ar tão tristonho e preocupado? 

- Avô, tenho que fazer um trabalho para a escola, sobre que profissão eu quero ter quando for adulto e o que eu gostava era ser um Herói. 

- Que tipo de herói? 

- Como aqueles que aparecem nos filmes; gostava de salvar a vida das pessoas avô. 

- Ah, já sei! Tu queres ser médico. 

- Médico? 

- Sim, os médicos têm o poder de curar doenças, tratar de pessoas que sofrem acidentes e salvar a vida das pessoas. 

- Mas não é isso avô; quero salvar a vida das pessoas como o Super-homem; quero tirar as pessoas de dentro de carros batidos, ou de prédios em chamas. 

– Já vi que o que tu queres é ser Bombeiro. 

- Não quero ser bombeiro avô, quero ter o poder de fazer justiça. - Então queres ser juiz, para fazer justiça pelos injustiçados e castigar os que fazem o mal. - Avô, eu sei que não posso, mas… quero voar. - Olha, para o Céu! O que vês? 

- Vejo um avião. 

- Podes ser piloto. Irias voar e levar muitas pessoas para várias cidades e países diferentes pelo mundo. 

- Avô, e se eu quiser saber o que as pessoas pensam para as ajudar? 

- Muito fácil! Podes ser psicólogo. 

- Que outras profissões eu posso ter para que seja igual a um herói? 

- Podes ser cientista, engenheiro, cantor, agricultor, presidente da república, Lixeiro… 

- Lixeiro? 

- Sim, meu querido neto! Imagina viveres no mundo rodeado de lixo, iria chegar a uma altura em que não conseguiras sair de casa e o cheiro do ar seria horrível. Então, eles ajudam as pessoas, recolhendo o nosso lixo, para que todos possamos viver num planeta mais limpo e belo. Meu neto, todas as profissões são importantes e, em todas elas, podes ser um herói, basta colocar o teu coração em tudo o que fazes com a intenção de fazer o bem aos outros. O que todos os Super-heróis têm em comum? 

- Eles são bons e ajudam todas as pessoas. 

O menino deu um abraço forte ao seu avô como forma de gratidão por tudo o que ele lhe tinha ensinado. O menino estava fascinado com a sabedoria do avô e encantado por aprender tanto sobre profissões dos adultos. 

A partir daquele momento o menino entendeu que, sim, existem heróis na vida real, assim como nas suas histórias de fantasia, apenas que, os verdadeiros heróis não usam capas nem armaduras e não têm superpoderes adquiridos através de mordidas de bichos ou acontecimentos supernaturais. 

Mas que o verdadeiro herói mora dentro de nós e aparece em cada gesto, atitude, palavra ou escolha que fazemos com a intenção de apoiar ou ajudar os outros. Por isso, qualquer profissão que ele escolhesse em adulto, ele sabia que iria ser sempre um verdadeiro Super-herói. 

Sê tu também um verdadeiro Super-herói. 

 Obrigado, Duarte e mãe!

Sem comentários:

Enviar um comentário