Hoje é Dia de Halloween e a nossa escola foi invadida por criaturas fantásticas. inspirámo-nos nelas e criámos esta história que depois foi ilustrada.
O Reino Fantasmagórico
No topo do monte mais alto da Floresta Assombrada, fica o Reino Fantasmagórico.
Todos os habitantes viviam dentro do Castelo Sombrio, uma construção com um ar muito sinistro, de pedra muito escura, coberta de teias de aranha que ondulavam com o vento que todos os dias soprava bem forte.
Uma única porta enorme ligava o castelo à Floresta Assombrada. Era de madeira muito velha e de dobradiças enferrujadas que rangiam cada vez que alguém entrava ou saía ou que o vento soprava mais intenso.
Ninguém se aproximava do castelo, aliás, ninguém se aproximava sequer da Floresta Assombrada porque a consideravam amaldiçoada.
Dentro do castelo viviam criaturas muito, muito estranhas, a começar pela família real que ocupava a torre principal mas que passava o dia numa varanda suspensa, para observar e controlar tudo. O rei era o habitante mais alto e mais forte, o mais majestoso do reino. Tinha uma coroa de dentes de vampiro, usava um tridente feito de ossos e cobria-se com um manto feito de pelos de rato. A sua voz era assustadora! Quando se zangava conseguia fazer tremer o castelo.
A rainha, baixa e muito roliça, exibia-se num vestido gosmento onde passeavam lesmas brilhantes. Ao pescoço usava sempre uma cobra como colar. A sua voz era fina e tão estridente que não tinha restado um só vidro inteiro no castelo!
Os guardas do reino eram lobisomens, sempre atentos e vigilantes. Bem, para falar verdade, tinham pouco trabalho porque ninguém queria ser inimigo daquele reino ou sequer aproximar-se do castelo! O mais comum era encontrá-los a dormir!
Os criados eram tão assustadores como a família real!
As cozinheiras eram bruxas que, nos grandes caldeirões, faziam comidas horripilantes como assado de ratazana, canja de aranhas, saladas de asas e olhos de morcego,... A sua obra de arte era a sobremesa mais escolhida do rei, o pudim de caracol.
Para arrumar o castelo havia fantasmas que limpavam o pó, ao passar. Para se sacudirem, sobrevoavam o castelo, nas noites de lua cheia, deixando uma nuvem de poeira no ar.
Se passeássemos no interior das muralhas do castelo para conhecer os habitantes, podíamos ver esqueletos a arranjar o jardim, abóboras com três mãos a lavar e a estender a roupa, ciclopes a conduzirem carroças puxadas por dragões anões, múmias a corar ao sol, ,...
Se alguém estivesse doente tinha o curandeiro, uma criatura com cabeça de corvo e corpo de gato preto. Com poções de ervas mágicas mas muito malcheirosas, ele curava qualquer um!
A escola, situada nas masmorras do castelo, só abria de noite para a professora coruja dar as suas aulas. Lá aprendiam a História do reino, as suas regras (só podiam deslocar-se no reino em bicos de pés, cumprimentavam-se batendo palmas e, sempre que passassem pela família real pendurada na varanda suspensa, tinham de fazer vénia com espargata no chão, entre outras regras). Aprendiam a escrever na sua língua (que ninguém do mundo conhecia), fazendo-o da direita para a esquerda e de baixo para cima.
Neste reino todos eram felizes, apesar de nunca se ver um sorriso no rosto porque essa era mais uma das regras do reino.