Todos os anos temos elaborado um texto para o concurso "Uma Aventura" e tem corrido bem, porque, das duas vezes, o nosso texto foi premiado.
Ainda falta muito para a data limite de envio mas, como temos outros trabalhos para organizar. fizemos o texto que já foi submetido.
Este trabalho demorou duas aulas e por acaso não era para este concurso que estávamos a fazer o texto mas sim para o Autores Digitais. O problema é que as ideias iam surgindo e o texto acabou por ficar muito grande e um pouco complexo demais para o outro concurso. Não se ia deitar fora o trabalho! Foi só mudar o destino e assim tínhamos um projeto concluído.
Como não podia deixar de ser, a nossa aventura tem como base a Natureza!
Querem saber qual foi ela?...
Uma aventura na escola
Numa aldeia situada perto de um rio, havia uma pequena escola, já muito antiga. Tinha uma turma de cada ano e apenas quatro professores.
Todos adoravam a escola, os que lá andavam e os que já tinham andado.
Quando na aldeia se falava da escola, todos referiam logo o magnífico carvalho de copa frondosa que ocupava quase todo o recreio. Esse carvalho era tão importante para as pessoas que foi escolhido como símbolo da aldeia.
No intervalo das aulas os alunos juntavam-se à sua volta. Uns aproveitavam a sua sombra para trocar os seus cromos, outros para descansar na pausa do futebol, outros apoiavam-se no seu tronco para contar nas escondidas ou para jogar o “Macaquinho chinês”... Os mais calmos usavam o tronco como encosto e liam o seu livro e os mais sonhadores deitavam-se na relva, sob a copa, de olhos fechados apenas a escutar os pássaros, as abelhas e as folhas que bailavam com a brisa. As professoras aproveitavam muitas vezes o carvalho para ler um livro e às vezes liam os mais velhos para os mais pequenos. No outono apanhavam as folhas e faziam bonecos e colagens, agrupavam-nas por cores ou tamanhos ou simplesmente atiravam-nas ao ar ou saltavam em cima para as ouvir estalar. No inverno ela não tinha folhas, mas isso também não era problema porque não fazia falta a sombra. Até podiam melhor os pássaros que esperavam a hora do recreio para apanhar umas migalhas!
Uma sexta-feira, o presidente da Junta entrou na escola com uns senhores e informou que no fim de semana iriam cortar a árvore.
Ficaram todos muito agitados! Aquele magnífico carvalho não podia ser cortado! O presidente disse que não havia nada a fazer, que iam mesmo avançar. No resto do dia ninguém conseguia pensar noutra coisa!
A Maria sugeriu:
- Professora, e se nós pedíssemos ajuda a todos os habitantes da aldeia?
- Se calhar… Alguém tem ideias? - questionou a professora.
- Podíamos pedir às pessoas da aldeia para escreverem uma frase sobre esta árvore e o que significa para si para pendurar nos seus ramos. – disse o António.
- É uma forma maravilhosa de manifestação! - concordou a professora.
No fim das aulas, no regresso a casa, as crianças passaram de porta em porta, entregando uma cartolina e explicando a sua ideia.
No sábado de manhã, quando o Presidente chegou com os homens para cortar a árvore, viu uma multidão à volta do carvalho que parecia uma árvore de natal enfeitada com cartolinas.
O Presidente aproximou-se e começou a ler:
· Foi debaixo desta árvore que eu aprendi a gostar de ler!
· Foi por me pendurar nesta árvore que eu rachei a cabeça!
· Brinquei muitas vezes debaixo desta árvore.
· Foi aqui que eu conheci a minha melhor amiga.
· Foi aqui que eu aprendi a conhecer os pássaros.
· Foi aqui que eu aprendi a gostar de estudar a Natureza.
· Estar aqui debaixo ajuda-me a relaxar.
...
Havia muitas, muitas frases! Aquele carvalho era um verdadeiro poema!
O Presidente pensou que tinha andado naquela escola e também tinha muitas boas memórias do carvalho e disse:
- Vou chamar um técnico e ele vai decidir o que se faz.
Nessa semana o técnico apareceu e deu a melhor notícia possível:
- Basta cortar dois ramos e o carvalho pode continuar aqui seguro, muitos e muitos anos!
Foi assim que a turma conseguiu salvar o carvalho, deixando-o continuar a ser o local de brincadeiras, de aventuras, de descobertas, de felicidade e de memórias.
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