terça-feira, 27 de fevereiro de 2024

Observadores de aves

Desde o início do ano temos feito algumas vezes identificação de aves com a App Merlin. temos registos feitos de manhã e à tarde, em outubro, em dezembro e em janeiro.

Hoje, no âmbito do projeto "A Natureza é a melhor sala de aula", estivemos a comparar os registos e reparámos que há mais registos de manhã do que à tarde. Pensámos porquê e achámos que poderá ser porque de manhã os pássaros estão mais ativos porque procuram alimento. Também se comentou que é o momento mais silencioso do dia pois à tarde há sempre muito barulho no recreio.

Depois desta tarefa, divididos em grupos de 3 e com uma ficha de identificação para preencher, fomos até ao recreio, dirigindo-nos para a zona do charco, aquela em que achávamos que a probabilidade de observar aves seria maior. 

Vimos logo um melro que saltitava muito à vontade e uma alvéola-branca que não se preocupou em fugir de nós e foi saltitando, à nossa frente.

Foi a vez de utilizar a audição. Ficámos de olhos fechados, sentados no chão a tentar ouvir algum pássaro e, cada vez que isso acontecia, levantávamos a mão.

Parámos e vimos exemplos da nossa preocupação com os pássaros: os comedouros e bebedouros colocados à volta do charco, as silhuetas coladas nos vidros que impedem que eles choquem com ele e as caixas-ninho que vamos ter de preparar esta semana para receberem os novos habitantes.
Usando a aplicação identificámos o pisco-de-peito-ruivo e o chapim-carvoeiro. Com o barulho da autoestrada é muito difícil identificar os pássaros se não estiverem mesmo no recreio, mas o pisco tem um canto bem forte e foi fácil de distinguir!


Lembrando as espécies registadas nas observações, cada grupo selecionou duas e foi preenchendo na tabela de registo o que sabia. 

Já na sala, recorreu-se à pesquisa nos computadores para completar a ficha.



De vez em quando ouvia-se um chapim real, um pisco ou um melro pois todos tentavam ouvir e descrever as vocalizações das diversas observações. Sim, aprendemos que não devemos dizer canto", mas sim "vocalizações". O canto é uma das formas de vocalização. Há ainda o "chamado" e o "chamado de alerta", por exemplo.

Agora vamos continuar a escutar e a registar as observações ao longo do dia e do tempo, sobretudo agora que a primavera se anuncia.

sexta-feira, 23 de fevereiro de 2024

Semana da sustentabilidade em Paredes:

Esta semana assinalamos em Paredes a Semana da Sustentabilidade

Na escola foram desenvolvidas atividades no âmbito da sustentabilidade: vimos documentários, usámos materiais de desperdício nos nossos trabalhos, fizemos debates e dramatizações, cantámos canções,.. 

Para unir toda a escola e ainda a família, foi lançado o desafio do Programa Eco Escolas "Roupas usadas não estão acabadas" e está a ser construído um tapete gigante, usando peças de roupa velhas.

A nossa turma teve uma atividade extra, participando em duas atividades didáticas e pedagógicas, para para experienciar boas práticas na área de sustentabilidade. Visitámos o Laboratório da Paisagem em Guimarães e a Casa da Ciência de Braga. A nossa escola foi a selecionada por ser uma Eco Escola com o galardão de Excelência. Fomos acompanhados pela coordenadora da escola, a professora Rosário e por uma equipa da Câmara de Paredes, onde estava o engenheiro João Costa que nos costuma acompanhar nas nossas aventuras. 

No Laboratório da Paisagem em Guimarães, depois de assistir a um vídeo que nos apresentava Guimarães e tudo o que lá é feito pela Sustentabilidade, falámos um pouco com o monitor, mostrando que também sabemos o que é ser sustentável.

Passámos depois por uma exposição onde pudemos ver algumas das invasoras que tão bem conhecemos. Logo de seguida chegou o momento que mais destacámos: pudemos ver o que se faz com aquilo que para muitos é "lixo"! Vimos tijolos feitos de beatas de cigarros misturadas com a capa de cabos elétricos, vimos enfeites de natal feitos de máscaras cirúrgicas (ideia dada por um aluno numa escola) e vasos feitos de chicletes e objetos variados de plástico! É incrível como tudo pode ser reutilizado!
Vimos ainda um "mapa" interativo que nos permitiu conhecer melhor a região (rios, elevações,...).

Passámos depois ao laboratório onde, entre outras coisas, pudemos observar preparações ao microscópio e vimos quadros com borboletas variadas e um lagostim de água doce, uma invasora. 

Seguimos depois para a Casa da Ciência em Braga para falar de charcos. Como temos um na escola e assinalámos o Dia Internacional das Zonas Húmidas há pouco tempo, sabíamos responder a tudo o que o monitor nos perguntava!

Falámos a importância dos charcos e das zonas húmidas em geral e, quando se falou da importância de preservar estes habitats para manter  a biodiversidade,  até soubemos falar da Conferência de Ramsar no Irão. O monitor ficou impressionado com o que sabíamos e chamou os colegas paar nos oouvirem!


Pudemos depois observar seres vivos do charco exterior, tentando identificá-los. 
No final saímos para o charco, para devolver as recolhas lá feitas.

Como chovia, almoçámos lá dentro e, quando a chuva parou, saímos para voltar ao autocarro.  

Antes da partida ainda tivemos tempo para mostrar ao Engenheiro João como fazemos os debates. Depois de nos dividir em 2 grupos, a professora apresentou o tema: a Câmara disponibilizava uma grande quantia para a escola e um grupo de pais defendia a construção de um charco e outro grupo a de um parque infantil. Como é habitual, divertimo-nos muito porque já é sempre engraçado fazermos de adultos e defendermos uma posição que às vezes nem é a nossa! Gostamos muito de fazer estes debates porque levamos muito a sério os nossos papéis e podemos aplicar tudo aquilo que aprendemos!

Este foi um dia diferente e muito enriquecedor, que gostávamos de repetir muitas vezes!

sexta-feira, 16 de fevereiro de 2024

Um novo habitante para o charco

Hoje uma funcionária entrou na sala com uma criatura para identificarmos. Era pequenina e vinha num talão do multibanco. Tinha sido uma mãe que a tinha apanhado no passeio, fora da escola.

Foi um alvoroço!

Lançámos logo as nossas hipóteses de identificação que eram duas, tritão marmoreado ou salamandra. Tínhamos a certeza que não era um adulto, pelo tamanho.  A professora ensinou-nos o termo "juvenil", para indicar um indivíduo jovem. 

Para que todos acompanhassem a observação, a professora partilhou as imagens do telemóvel no painel interativo.

Usámos a APP iNaturalist e quase confirmámos que se  tratava da salamandra mas quisemos confirmar com especialistas e enviámos as fotografias para a bióloga que nos costuma acompanhar e que pediu ajuda a especialistas. Um deles comentou que  se tratava de um juvenil, sim, mas não bebé porque já não tinha brânquias.  


Claro que o passo seguinte foi colocá-la no charco onde ela poderá viver em segurança!


quinta-feira, 8 de fevereiro de 2024

Antecipando o Dia de Darwin

Este ano tivemos de antecipar o Dia dos Afetos e o Dia de Darwin porque o Carnaval nos deu uns dias sem escola.

Hoje voltámos à equipa Bibliolab para uma atividade a propósito do Dia de Darwin.

A propósito deste dia, no 1.º ano começámos a tentar perceber o que faz um cientista e depois fomos conhecer Darwin.

No 2.º ano voltámos a falar de diversidade e evolução e partilhamos as fotografias dos nossos gatos e cães .

No 3.º ano, voltámos aos cães, deste vez para tentar perceber a sua origem e, num documento colaborativo, apresentámos os nossos cães. A nossa hipótese era que os cães descendiam dos lobos. Pudemos confirmar depois essa hipótese com a atividade realizada com a investigadora de cães Dra. Graça Lopes.

Hoje foi dia de relembrar o que sabíamos sobre Darwin: foi um naturalista que fez uma grande viagem onde falou com pessoas especialistas em algumas áreas, por exemplo, criadores de pombos, pastores,... Leu muito para investigar e e também apresentou as suas descobertas em livros. 
Para perceber a Teoria da Evolução que ele apresentou, fizemos a atividade simulando uma floresta onde, depois de um incêndio, só havia invasoras. Esta floresta era habitada por uma espécie especial, "pintarolas coloridas".

 Durante a atividade foram capturadas pelos predadores que fomos nós.

Fomos "caçando" pintarolas e fazendo os registos no quadro. As pintarolas de cor roxa, rosa, verde e laranja foram desaparecendo até se extinguirem, mas as amarelas não, o seu número foi sempre aumentando.

Tentámos perceber porquê e a nossa ideia era que elas se camuflavam no meio das flores das mimosas. Ao logo da atividade percebemos que a biodiversidade intraespecífica foi diminuindo, ao ficar só a variedade de pintarolas amarelas.

A seguir imaginámos um cenário de eucaliptos. Pela primeira experiência achamos que as primeiras a extinguir-se poderiam ser as amarelas, pelo contraste de cor, e que no fim restariam as verdes, perdendo-se a biodiversidade da espécie. Como o material ficou lá na sala, quando voltarmos às aulas vamos poder testar e verificar se a nossa hipótese se confirma!

  

terça-feira, 6 de fevereiro de 2024

Emocionário

Estamos a chegar ao Dia dos Afetos e já se fala de emoções e de sentimentos na turma.

A partir de um texto do livro de fichas, "Emocionário", pensámos em novos sentimentos e emoções e demos asas à imaginação e à criatividade.


Carinho é o conforto de um colo, de um abraço ou de uma palavra que nos faz sentir bem e felizes. É sentir o coração e a mente em paz.

Paz é um mundo sem guerras, onde todos são felizes. É não ter medo, é adormecer sem preocupações e com a certeza que a manhã vai trazer a harmonia.

Harmonia é não sentir receio ou injustiças. É viver em união, em liberdade e em igualdade. É ter a certeza que o nosso caminho vai sempre dar à felicidade.

Felicidade é ter sempre um sorriso na cara, é sentir-se leve mas com um coração gigante, cheio de amor.

Amor é o motor que faz girar a nossa vida, que nos faz querer companhia, e que torna o mundo muito melhor!

segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024

Concurso "Uma Aventura"

Este ano, por o consideramos  importante para desenvolver a escrita, a leitura e a criatividade, voltamos a participar no Concurso "Uma Aventura". 

Começámos por pensar num tema e, mais uma vez, o nosso texto vai estar ligado à Natureza, à biodiversidade e aos afetos.

As personagens seriam um idoso, os alunos de uma turma, a professora, os pais, ...

O nosso texto ficou pronto e o trabalho está submetido!

A professora lançou um desafio à Maria e à mãe,  o de ilustrar a história e logo este foi aceite!!



Uma Aventura... pelo Jardim das Boas Memórias"

À ida para a escola, sempre que estava bom tempo, o Martim e o Henrique, já próximo da escola, reparavam num senhor idoso, com um ar triste, sentado numa pedra num local seco e árido.

Quase todos os dias os gémeos comentavam  a observação, questionando o porquê de estar ali aquele senhor sozinho...


Numa das saídas de campo da turma passaram por aquele local e, como já era habitual, o senhor lá estava. Ao aproximar-se dele, os gémeos disseram à professora que  estavam intrigados por verem ali o senhor quase todos os dias e perguntaram-lhe se podiam conversar com ele. Ela concordou.

As crianças aproximaram-se e cumprimentaram-no. Ele respondeu-lhes com um sorriso no rosto. 

Os gémeos  ganharam coragem e perguntaram ao senhor o que fazia ali todos os dias.

- Eu vivo ali naquela casa e já tenho muita dificuldade em andar. Vivo sozinho porque os meus filhos emigraram e só me visitam no verão. Quando está bom tempo, gosto de me sentar nesta pedra a apanhar um bocadinho de sol. 

- Não acha este sítio um bocado vazio e desolador?- perguntou o Henrique.

- Este sítio já foi maravilhoso! Tinha muitas árvores e o chão, nesta altura do ano, parecia uma pintura ou um tapete florido. O que eu brinquei aqui!! Que boas memórias tenho deste bocadinho! Mas um dia, quando eu era pouco mais velho do que vocês, cortaram as árvores todas, e tudo mudou! Deixei de ouvir o chilrear dos pássaros, deixei de ver as abelhas e as borboletas que entretinham o nosso olhar. Aos poucos, a beleza desapareceu e o verde deu lugar ao castanho da terra seca. Nos dias primaveris, ainda consigo vir para aqui , mas no verão o calor é insuportável e tenho de ficar em casa.

Os alunos despediram-se e continuaram o seu caminho. Os gémeos não conseguiam tirar da cabeça as palavras do senhor António (a Susana tinha lhe perguntado o nome).

- Professora, temos de fazer alguma coisa para ajudar o senhor António! 

- O quê? - questionou a professora.

- Podemos ver de quem é o terreno e pedir ajuda à Junta de Freguesia ou à Câmara!

- Sim, e ao Parque das Serras do Porto, também!

- E as famílias podem colaborar neste projeto!

A professora concordou com todas as ideias apresentadas.

Nessa tarde, foram para o computador e escreveram mensagens aos possíveis parceiros. No dia seguinte tinham várias boas notícias! O terreno pertencia à Junta de Freguesia que se mostrou muito entusiasmada com a ideia de requalificar aquela zona. A Câmara e o  Parque das Serras disponibilizaram árvores já crescidas (isso era muito importante porque o senhor António precisava do seu cantinho urgentemente).

No dia combinado, um sábado, juntaram-se todos, alunos, famílias, funcionários da junta e membros das equipas dos parceiros. O senhor António, muito emocionado, acompanhou toda aquela agitação sentado na sua pedra.

Os adultos abriam buracos para as árvores e os mais pequenos calcavam e regavam as plantações. Havia um saco enorme de sementes que foram espalhadas. As nuvens prometiam uma chuvinha que vinha mesmo a calhar.

Orientado pelos filhos, um grupo de pais cavou um buraco para construir um charco e outro grupo, usando paus, pinhas, canas e outros materiais naturais, construiu um hotel para insetos.

O avô dos gémeos chegou ao fim da manhã com duas caixas-ninho que os mais altos colocaram, com muito cuidado, nas árvores mais altas. Trazia também um bonito e aconchegante banco de madeira.  As costas do senhor António já não eram como antes e a pedra não era muito confortável.  O banco foi colocado debaixo de uma das árvores mais altas, voltado para o centro do terreno. 

As crianças foram buscar o senhor António e acompanharam-no, da pedra ao banco, onde ele se sentou com um brilho nos olhos e lágrimas de felicidade.

Faltava só uma coisa para concluir este projeto! Com uma letra muito perfeita, com um pincel e tinta, a professora escreveu na pedra "Jardim das boas memórias".

A chuva veio, mansinha, uns dias seguidos, e o chão foi ganhando cor e vida. Ainda não era um tapete florido mas já o anunciava, convidando os insetos e os pássaros.

O senhor António tem agora um sítio onde pode descansar, admirar a Natureza e lembrar a sua infância. Aquele bocadinho de monte voltou a ganhar vida e tornou-se o local preferido para os piqueniques das famílias.

Ah! Agora os gémeos veem todos os dias o sorriso do senhor António que lhe acena, sentado confortavelmente no seu banco de madeira. 


sexta-feira, 2 de fevereiro de 2024

Dia Mundial das Zonas Húmidas

Hoje, dia 2 de fevereiro, celebra-se o Dia Mundial das Zonas Húmidas, e, mais uma vez, assinalamos a data na turma.

Este dia assinala-se desde a "Convenção Sobre Zonas Húmidas de Importância Internacional, especialmente como Habitat de Aves Aquáticas», realizada a 2 de fevereiro de 1971, na cidade Ramsar, no Irão, e pretende alertar para a importância da preservação destes ecossistemas, reforçando a importância que estes têm para a existência de vida no nosso planeta. Portugal integrou a Convenção Ramsar em 1981, contando agora com mais de 30 Sítios classificados

O tema de 2024 «Zonas Húmidas e Bem-estar Humano», lembra como as zonas húmidas e a vida e atividade humana estão interligadas e salienta a importância de cada um assumir um compromisso de defesa destes nossos ecossistemas. 

Relembrámos que as zonas húmidas podem ser de água corrente (rios, ribeiras;...) ou de água parada ou estagnada (lagos, charcos, pântanos, ...), que podem ser naturais ou artificiais, de água doce ou de água salgada (até 6 metros de profundidade), que podem ser permanentes ou temporárias,...

Estes ecossistemas são importantes para a conservação da biodiversidade porque abrigam e alimentam muitas espécies. Para além disso, fazem parte do ciclo da água e ajudam a regular o clima e a mitigar as alterações climáticas. 

As zonas húmidas são influenciadas pela temperatura, o vento e a vegetação. A poluição, como em todos os ecossistemas, é uma das principais ameaças pois põe em risco a biodiversidade destes locais.

Começámos este dia a ver e a explorar vídeos,

fizemos improvisações em grupo, dinamizámos um debate (um grupo de ambientalistas e outro de construtores) e visitámos o nosso charco da escola.


 O dia terminou com as ilustrações que representaram ecossistemas de Zonas Húmidas.